Bom, prestem atenção. Vou falar só mais essa vez (mentira... falo quantas vezes perguntarem). Não tem como explicar o que eu senti. Eu realmente tinha vivido muitas experiencias e todas elas me levavam pra esse caminho que não é o caminho tão mal como vocês pensam que é. Eu queria me doar... Eu precisava me doar... Na minha adolescencia eu quis ser varias coisas: Vulcanologa, Biologa Marinha, Geologa, Fotografa, etc. E cada vez que conhecia uma profissão legal ou me apaixonava por um assunto eu queria ser aquilo. Na verdade mesmo eu não tinha a menor ideia do que eu realmente queria ser. O porque nasci... Aquelas frases que na maioria dos adolescentes chegam na hora de escolher: o que eu vou ser?De repente eu tinha certeza: Eu seria freira. Fui... tinha 19 anos e me doei... Fui uma "freira" exemplar... Fiz o que pude pra que tudo desse certo. E não... acreditem se quiser... não sentia a menor falta de namorar... Cresci muito... Descobri coisas que realmente gostava de fazer... Comecei a fazer sites e conheci minha area atual (TI). Trabalhei um bom tempo com radio e descobri uma das minhas grandes paixões: o radio. Mas um dia... Um belo dia, acho que depois de me conhecer bem quem eu era e já saber o que eu gostava, eu descobri: Não era mesmo minha vocação ser freira. E agora? E todas as pessoas que me tinham como exemplo? Iriam se decepcionar? E o que inventariam? Será que entenderiam? Porque sair era mais dificil que entrar?
Fazia 2 anos que estava na vida religiosa e eu não tinha coragem. Eu não ia sair. Eu não suportaria o julgamento. Comecei a trabalhar em excesso pra esquecer a dor de não ter coragem... Estava acomodada... Eu realmente gostava daquela vida. Mas não era eu. Não mais! E eu estava sozinha nessa. Não tinha coragem de falar com alguem da minha comunidade e nem com minha familia. Depois de uns 5 meses veio a consequencia... Eu adoeci... Na verdade só apareceu uma doença que eu já tinha. Fibromialgia... Você nasce com ela e num momento de maior stres depois de anos de vida ela mostra: to aqui. E como na epoca meu emocional estava muito abalado ela veio com tudo. Ao ponto do meu medico me pedir pra fazer uma escolha: Ou vai pra casa... Ou vai pra cadeira de rodas...
Fui forçada... Fui forçada a dar esse passo dificil... Um passo dificil... Mas um passo necessario pra ser quem eu realmente era... Se foi ruim morar no convento por 2 anos e meio? Nem um pouco... Não sair porque não era ruim... Sai porque já não era mais eu... Até 2 anos era aquilo que eu tinha que ter vivido... Eu deveria ter passado por ali... Eu precisava me conhecer. E agora precisava continuar minha vida.
Pronto... Vocês agora conhecem mais uma parte da minha vida. E sabe porque falei isso tudo? Porque esse foi um passo dificil, mas foi um passo necessario... E a vida é feita de passos... Passo a passo...
Só tenho que agradecer a Deus. Por ter me dado a chance de me conhecer e conhecer o amor dele tão bem. Obrigada Senhor! Tem uma musica que cantei muitas vezes chorando... E hoje compartilho com vocês... É de uma grande cantora catolica... Chama com tua mão... Escute e presta atenção no que ela fala....
Com tua mão - Suely Façanha
Tocando em frente - Almir Sater
Deixa a vida me levar - Zeca Pagodinho







